segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Com Um Pé No Mundo

Voltando a velha mania de recomendações... Alta Freqüência, Um bom filme do início do milênio. À primeira vista o título assusta. Parece ser somente um emaranhado de explosões, sangue e velocidade. Puro engano. Alta Freqüência, para mim, é muito mais significativo. Há uma instigante temática para contar uma história de forte impacto emocional, coisa de pai e filho. O desenrolar dos fatos provoca vários tipos de reações que realmente me envolve; ora adrenalina de uma ação bem elaborada, ora um suspense agradável, ora um drama sensibilista. Tá aí uma grande obra de Gregory Hoblit, que nem nos faz sentir as duas horas de projeção.

Uma outra grande obra, desta vez musical, é o álbum “Eu Quero É Botar Meu Bloco Na Rua” (1973), de Sérgio Sampaio (1947-1994), um marginal da MPB. Grandes composições acompanhadas de um som prazeroso. Não dá pra passar muito tempo sem este álbum. Faixas como “Leros, Leros e Boleros”, “Eu Sou Aquele Que Disse”, “Odete” e “Pobre Meu Pai”, por exemplo, me empolgam – esta última, principalmente. Hit como o da faixa-título jamais será esquecido. Está marcado a ferro na história. Um hino ao espírito juvenil, uma revolta contra a Ditadura Militar. Esse Kavernista da Cachoeira do Itapemirim é provocador.


Enfim...
Engraçado como sempre consigo achar algo para tirar o sono. Mesmo quando as coisas estão bem, muito bem por sinal (não ousaria citar a palavra perfeita – a perfeição pra mim é uma falha). Deve existir gente que não dorme por apreensão àqueles que, por azar, nasceram em um ambiente africano hostil, outros por causa do resultado da final do campeonato brasileiro, etc. A verdade é que nada disso me afeta. Não substancialmente. Penso agora em uma coisa: pôr os dois pés no mundo, de uma só vez, com olhos vendados e respiração ofegante.

Chega um momento em que se tem necessidade de deixar de ser menino. Não tem essa de adolescente, pré-adolescente, adulto, idoso e tal... As coisas são mais simples para mim. Existem Homens e Meninos. Só! E cheguei ao limite.

Acredito que com os dois pés no chão, eu conseguiria ir mais longe. Tem que agir, deixar de perder tempo com a cabeça, pessoas medíocres e sonhos amenos inúteis. Ser simplesmente mais realista. É cruel, mas tem que encarar. Logo logo consigo um emprego, moro com alguém e faço um filho (não necessariamente nessa ordem). Aí sim, depois disso tudo, dá pra voltar a ser Menino. Ou quem sabe isso tudo é muito drama.


A sensação de ser alguém dependente, desta vez, me revolta.


E é assim que venho perdendo minhas noites, me consultando com neurologista e procurando motivos pra me dopar com tarja preta.

E você aí, do outro lado, que está satisfeito com o que ganha e com o que tem, me diz qual é o segredo.



Um Abraço,
Jorgin, O Maneiro

2 comentários:

  1. Gostei do blog, bicho! Não sei quem és, de onde vens, pra onde vais... To meio travadinho, mas essa não é a primeira vez que piso aqui... Sentarei nessa mesa sempre que meus dois tostões me permitirem. Um grande abraço do Calango!

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  2. Calango meu amigo, sou um sergipano ordinário e fico contente por estar travado, talves por isso tenha gostado. O que não me falta para sentar nesta mesa novamente são motivos. Fico feliz de ter ouvido isso hoje. Um abraço.

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