segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Pernambucana

Da pele clara, dos cabelos claros e olhos escuros, um fruto da mistura do sangue holandês nas terras do cacique do litoral do Recife. Uma dançarina desritmada de um frevo rasgado, que agita a cabeleira timidamente e mexe a saia rodada exibindo o cordãozinho de nós no tornozelo direito, um troféu das batalhas do coração que leva consigo dia e noite à altura do calcanhar. Não sabe odiar ninguém, mas tem medo de parecer com alguém. Não existe sol maldoso que insista em colorir de tom avermelhado a epiderme para queimá-la, apenas para apimentar um pouco mais sua presença, não existe lua insossa que aos seus olhos esconda coelhinhos orelhudos nas crateras da sua crosta, seja qual for das sessenta e quatro luas jupterianas.